Mesmo morto elas estariam em minha mente [...]

A morte é passível,fácil... A vida é mais difícil.

Já estava cansado e ser um problema...arrumei minhas malas e fui em direção ao viaduto,estava ali deixando a casa de minha tia Aparecida...onde eu estava enquanto a 'casa nova" estava em reforma.

Era tarde..mal conseguia carregar a mala na rua,lutando contra os ventos gelados,sabia que a ventania me mostrava que a chuva viria,sempre tive intuições...mais nunca dei importância a elas,mesmo sabendo que 99% sempre fossem corretas.

Avistei uma menina observando a rua escura de camiseta de frio preta com o gorro tampando o máximo a face de seu rosto magro e um homem no orelhão,sua bicicleta jogada na calçada.

Ignorei os fatos e comecei a andar mais rápido....minha cabeça latejava e a ideia de suicídio ainda estava forte nela...caminhava perdido em meus pensamentos ate que uma voz rouca passava entre meus ouvidos "isso é um assalto colega ..passa tudo ou você morre',ele estava de bicicleta....a camiseta amarrotada fazia -me ver a faca ...a mesma que eu tinha pavor nos churrascos familiares.

Naquele momento minha vida pouco me interessava...ele poderia me levar tudo,como iria morrer não precisaria de duas comeras digitais,telefone celular,notboook e nem roupas...soh claro se eu pudesse telefonar para meus amigos e disser que talvez o céu naum era tão lindo ou falar que realmente eu iria reencarnar em outra pessoa...ou uma ligação do Céu a terra para as pessoas que eu amava muito e disser que mesmo morto elas estariam em minha mente.

Ele apontou a faca para mim...sempre tive medo daquele objeto....porem se qualquer coisa que ele fizesse,estaria me poupando de tirar a minha própria vida,me tirando um pecado a menos para tratar com Deus.

Sim..as forças ele abriu minhas malas e pegou tudo de tecnológico que tinha nela...minhas cameras digitais junto com meu celular...o notbook escapará.

Ele jogou algo em meus olhos que cambaleei ate o viaduto....me jogaria dali?

Não tinha coragem de me atirar,podia ver os faróis dos carros representando o transito...seria a melhor saída,covardia? não sei... poderia ser,mais oque importava naquela ocasião?

Queria morrer,não porque as pessoas não me interessavam,mais porque já estava cansado deste mundo e na lucidez de minha falta de existência apenas diria que eu parti, para um mundo que os nobres não chegariam porque iria fazer o pior mau a mim, nunca devemos agir assim.... nos ausentamos do que nos foi concedido no instante em que surgimos da escuridão de um ventre quente e acolhedor para só assim viver neste mundo cruel dos homens, não vivo mais, me fiz de memórias e lembranças, partiria pra bem longe...

não mais poderia me fazer de forte se não viveria mais neste mundo, naquele momento suplicaria aos tementes que não façam o que eu faria naquela noite, que não queiram sentir esta louca e incessante agonia, que devora os que de si tiram a vida.

Me joguei..meus olhos me impediram de enxergar a altura,graças a esse detalhe que o ladrão fez, me impossibilitou de me jogar do ponto mais alto...não me joguei de uma altura que morreria, mais não desisti e corria sem rumo,visualizei uma tia e antes que eu podesse pensar em uma fuga,um carro me pegou me atirando no chão sujo e molhado.

A cabeça doía de tal forma que me esquecerá do inchaço nos olhos, me levantei do chão e continuei minha fuga. Os fatos não estão tão nítidos ainda...pude visualizar eu em uma igreja,duas tias minhas e minha irmã mais velha chegando apavorada, lágrimas salgadas na face dela partiu meu peito,como pude ser tão imprudente,mesquinho...como não pensei nela?

Antes que eu pudesse explicar,fui jogado no carro de meu cunhado.
Vi o rosto da minha irmã mais claro e com os olhos não inchados como os meus,porem vermelhos,eu estava em uma sala clara, conserteza a tia que me viu na rua (Regina) comunicou sobre meu desespero perdido na escuridão da noite e ela teria vindo correndo ao meu encontro.